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Old Posted Sep 29, 2011, 3:15 PM
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Imóveis em Las Vegas estão 64,5% mais baratos do que já custaram


Área metropolitana da cidade teve pior recuperação imobiliária dos EUA; Califórnia e Flórida também têm retomada econômica lenta


O preço médio dos imóveis na região metropolitana de Las Vegas (EUA) caiu 64,5% em relação ao pico histórico atingido no período pré-crise. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2011, os imóveis da cidade desvalorizaram 9,4%, o que faz da área a pior colocada na lista que mede a recuperação imobiliária de diferentes partes do país. Os dados são baseados em índices oficiais do governo, que já desconsideram a inflação de cada período – e foram divulgados agora pelo instituto Brookings.


Suburbio de Las Vegas: casas inacabadas e com dívidas maiores que o valor do imóvel


Além do setor imobiliário, outras medições também indicam que Las Vegas vem reagindo especialmente mal à crise deflagrada em 2008. A taxa de desemprego na região metropolitana da cidade subiu 7,5% desde o início da turbulência. A produção de riquezas no local também teve uma das piores evoluções registradas pelo estudo, com queda de 12,8% no “produto metropolitano bruto” desde o pico histórico.

A cidade se junta a outras que possuem indústrias "frágeis" e específicas, como Los Angeles e Miami. No mapa que revela o ritmo de recuperação de cem áreas metropolitanas do país, divulgado pelo Brookings, uma tendência fica clara. Quase todas as cidades da Califórnia (na costa oeste) e da Flórida (na costa sudeste) mostram baixos níveis de retomada econômica. Enquanto isso, áreas do Texas e de Nova York apresentam-se com os melhores indicadores.

"A indústria do entretenimento, importante na Califórnia e em Las Vegas, é bastante suscetível a crises", explica Creomar de Souza, professor do Ibmec e consultor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em Brasília. "A diversão é uma das primeiras despesas que as famílias cortam nesse momento", diz.

As empresas digitais do Vale do Silício, os estúdios de cinema de Los Angeles e os cassinos de Las Vegas requerem mão de obra muito específica. Isso faz com que eles dificilmente sejam capazes de absorver a massa de desempregados, atualmente em torno de 9% da população americana. "Nas indústrias do petróleo e da carne, que têm força no Texas, existem vagas intermediárias na cadeia de produção – como a de motorista, por exemplo – que as tornam mais acessíveis a quem procura emprego", explica Souza.

Áreas como Las Vegas e Los Angeles, pouco atrativas a trabalhadores em momentos de fragilidade econômica, demoram a retomar a valorização do preço dos imóveis. Uma das principais imobiliárias de Las Vegas, a Coldwell Banker, disponibiliza na internet uma lista com propriedades à venda que tiveram o preço reduzido na última semana: a relação tem cerca de 1.500 imóveis, que custam de US$ 3,5 milhões a US$ 10 mil.


Outros fatores explicam porque os dados dessas regiões parecem tão ruins. Os EUA viviam uma bolha imobiliária antes de 2008, que foi o principal motivo da crise naquele ano, o que motivou quedas assustadoras nos preços dos imóveis – como os 64,5% vistos em Las Vegas. "Além disso, a Califórnia é um estado tradicionalmente rico, por isso não houve preocupação dos gestores públicos, ao longo do tempo, de procurar soluções para os problemas econômicos que ameaçavam o país", avalia Souza.


Tentativa de reação


O presidente dos EUA, Barack Obama, detalhou ontem um plano para diminuir o déficit público em cerca de US$ 3 trilhões (R$ 5 trilhões) na próxima década. Para isso, Obama propõe aumentar impostos para os mais ricos e reduzir despesas com as guerras do Iraque e Afeganistão, além de fazer alterações modestas no Medicare e no Medicaid.

Segundo Obama, as isenções de impostos concedidas a milionários e bilionários no decorrer da última década ajudaram a ampliar o endividamento do país. Em discurso feito na Casa Branca, o presidente afirmou que vetará qualquer legislação para redução da dívida pública que corte benefícios e não inclua impostos mais elevados para os mais ricos.

Para o especialista, é preciso aguardar para avaliar os reflexos reais do pacote. “O ideal é esperar seis meses para observar os indicadores e dizer se as medidas foram adequadas”, afirma Souza. “A questão é saber se Obama terá tempo para colher os frutos políticos de uma eventual retomada, nas eleições do ano que vem”.







http://economia.ig.com.br/imoveis-em...214201420.html
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