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Old Posted Dec 11, 2011, 2:10 PM
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Mercado de aviação civil oferece boas oportunidades de emprego


A Aviação civil não é só o famoso glamour de ser comissário de bordo ou a responsabilidade de pilotar um avião por várias horas seguidas. As possibilidades na área vão muito além disso: até quem tem medo de voar pode atuar em solo, como segurança de voo, mecânico ou no balcão de check-in. Geralmente, as carreiras exigem nível médio e oferecem salários atrativos para quem tem vontade de trabalhar. Com o aumento da classe média e a chegada de eventos esportivos mundiais em território tupiniquim, as empresas precisam de novos profissionais para atender às demandas dos clientes.


A despachante de voo Ana Paula treina para ser piloto. O comandante Fábio Quezado é um de seus professores

A despachante de voo Ana Paula Nunes, 34 anos, já experimentou diversas opções dentro da carreira. Na aviação há mais de uma década, ela foi segurança de voo e comissária de bordo antes de assumir o atual emprego em terra para poder se dedicar ao novo sonho: ser piloto. “As pessoas acham que as companhias aéreas são formadas apenas por comandantes, comissários e o pessoal do check-in, mas existe uma estrutura imensa por trás disso tudo”, explica a moça. Ela nunca teve a carreira como objetivo de vida: entrou para uma companhia aérea apenas para conseguir pagar a faculdade de administração e acabou ficando por muito mais tempo do que planejava. “Não tem como largar, é viciante”, brinca.

Professor de Ana Paula na GF Escola de Aviação, Fábio Quezado, ao contrário da aluna, sonhava em trabalhar com aeronaves desde menino. “Meu pai sempre foi fanático por aviação, mas nunca teve a oportunidade de seguir essa carreira. Eu ia ao aeroclube com ele e me imaginava comandando aviões”, lembra. Desde o início deste ano, o piloto de 30 anos trabalha no mercado privado. E não se arrepende nem por um minuto do investimento pesado que teve de fazer para atingir o que queria. E se diverte: “As pessoas costumam me perguntar do estresse que é pilotar um avião. Mas voar não é estressante, é bom demais”.

Quando Ana Paula e Fábio começaram a se dedicar ao universo do transporte aéreo, as possibilidades de emprego não eram numerosas como agora. De acordo com o coordenador do curso de aviação civil na Universidade Anhembi Morumbi, Edson Luiz Gaspar, este é o momento ideal para trabalhar com isso. “O mercado está em crescimento acentuado, todas as empresas estão comprando aeronaves novas, se modernizando, se reorganizando. E a possibilidade de crescimento existe em todas as áreas. Tenho um ex-aluno que entrou para ficar no balcão de atendimento do aeroporto e hoje é comandante. Tem que começar na empresa e aproveitar as oportunidades que aparecem, correr atrás dos objetivos”, aconselha.

Para se capacitar, os requisitos dependem muito de cada profissão e do tempo que o candidato dispõe para estudar. Os cursos de formação de comissários e mecânicos de voo levam de três a quatro meses para serem completados, enquanto o caminho para se tornar piloto exige alguns anos e tem um custo mais alto: cerca de R$ 80 mil são necessários para conseguir a licença para voar comercialmente. É necessário ser maior de idade e ter pelo menos o ensino médio. A idade-limite é um ponto de incerteza, ainda mais com a crescente necessidade das empresas por profissionais qualificados. “Depende muito da intenção da pessoa e da área em que quer atuar. Geralmente, contratam-se pilotos com idade máxima de 35 anos. Mas isso não é regra. A cada dia que passa, tenho mais notícias de profissionais por volta dos 40 anos sendo contratados”, tranquiliza o professor Gaspar.

Outros voos
Assim como não existem só comissários e pilotos, a aviação civil não se concentra apenas em aviões comerciais. O comissário Eduardo Vargas, por exemplo, foi parar na carreira por acaso, há 12 anos, e, mesmo com o diploma em direito obtido em 2007, não quis sair do ar. Aos 33 anos, está no encalço da carreira de piloto de helicóptero. Ele já tem a licença para voar não comercialmente, mas pretende fazer disso seu trabalho. Na atual profissão, teve experiências marcantes, como participar dos voos de ida e volta da Seleção Brasileira de futebol da Copa de 2010, além de ter constituído família: a esposa é colega de profissão e o filho, de três anos, tem estímulo para seguir os passos dos pais. “Ele vai ser piloto, com toda a certeza”, brinca Eduardo.

O professor Gaspar salienta que o aquecimento do mercado de aviação civil extrapola as companhias tradicionais. Em São Paulo, o mercado de helicópteros é o segundo maior do mundo, perdendo apenas para o de Nova York. “O momento é muito interessante, de alinhamento entre as empresas aéreas. Elas não deixaram de competir, porém passaram a buscar outros espaços para atuarem. No começo, a Azul batia de frente com a Tam e a Gol, mas agora está procurando outros mercados, com aeronaves diferentes”, exemplifica.

Outra mudança esperada para os próximos anos é a privatização dos aeroportos. Até o momento, estão autorizados os editais de concessão dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), Viracopos (Campinas) e Juscelino Kubitschek (Brasília). A ideia é conseguir atender ao número crescente de passageiros e preparar o país para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com as regras, a estatal Infraero segue como sócia de cada um, detentora de 49% de participação nas decisões. O professor Gaspar vê na mudança pontos positivos para o crescimento da carreira de aeronauta: “Acho que com isso as companhias não vão diminuir as exigências, a tendência é manter o mesmo nível ou até mesmo aumentar, porque o número de pessoas interessadas em trabalhar com a aviação civil vai crescer”.

Autorização para voar
Nos últimos seis anos, o número de licenças para pilotar aviões e helicópteros quintuplicou: de cerca de 800 pedidos por mês em 2006, a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu por volta de 4 mil solicitações
mensais em 2011. Veja os números anuais das diferentes licenças:

Vida de aeromoça
Quando Cláudia Vasconcelos decidiu ser comissária de bordo, os tempos
eram outros. A maioridade civil brasileira era de 21 anos e, para iniciar a carreira, a moça de 18 teve de ser emancipada. Naquela época, a profissão de aeromoça não era bem-vista por grande parte da sociedade, que não admitia jovens e solteiras trabalhando com homens, longe de casa.
Mas a família de Cláudia era entusiasmada com a aviação civil e a mãe dela não hesitou em mandá-la do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro para se tornar comissária de bordo. “Acho que a ideia de trabalhar com isso estava no inconsciente, porque meu tio era da profissão desde 1964. Aquilo mexeu com meu imaginário infantil, e ficou ali guardado. Quando vi o anúncio convocando moças para trabalhar, dei uma desculpa esfarrapada para o meu chefe na época e fui fazer a seleção”, lembra a gaúcha.
Contando com três décadas de trabalho no ar, hoje, aos 59 anos, Cláudia não atua mais na área, mas pensa com carinho na profissão. “Toda mulher queria ser aeromoça! Sempre amei o que fiz. Eu realmente gostava muito. Claro que quando havia alguma doença na família eu ficava temerosa de estar longe de casa, mas nunca me arrependi”, assegura.
















http://www.correiobraziliense.com.br...-emprego.shtml
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