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Old Posted Apr 22, 2012, 1:36 AM
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Governador do DF diz que vai à CPI do Cachoeira

Em entrevista exclusiva ao R7, Agnelo Queiroz diz que "não tem nada a temer"


Em poucos dias, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, deve ser convidado a prestar depoimento a deputados e senadores na CPMI do Cachoeira (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). A comissão, instalada na última quinta-feira (19), investiga os negócios e as relações mantidas pelo empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e funcionários públicos.

Apesar de os convites ainda não terem sido aprovados, pois a primeira reunião da comissão está marcada para a próxima quinta-feira (26), deputados e senadores já disseram que, além de Agnelo, irão convidar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), e um representante da empresa Delta.

Cachoeira, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro, foi apontado como líder de uma quadrilha que explorava jogos de azar em Goiás. Nesta semana, ele foi transferido de Mossoró (RN), onde era mantido em um presídio de segurança máxima, para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Agnelo será convidado a prestar esclarecimentos porque o nome do seu chefe de gabinete foi citado em uma conversa telefônica entre pessoas da suposta quadrilha interceptada pela Polícia Federal.

O governador nega qualquer envolvimento com o grupo de Cachoeira. Em entrevista exclusiva ao R7, Agnelo Queiroz nega as acusações, diz que irá à CPI e que jamais pensou em renúncia porque ela não cabe a quem tem uma vida "limpa".

Abaixo, trechos da entrevista.

R7- Existe alguma envolvimento do GDF com o grupo de Carlinhos Cachoeira?

Agnelo Queiroz - Em absoluto. O Distrito Federal não tem nada a ver com essa crise. Isso não é do DF,não é meu e nem do meu partido. Não há nenhum favorecimento a qualquer grupo ou qualquer partido, e agora estou falando especificamente do grupo do Cachoeira e à empresa Delta, não há. Tentaram vincular e forçaram a barra pra dizer que alguém recebeu, que um secretário falou com A ou com B e eu desafiei: apresente um favorecimento, alguma irregularidade. Se tiver mostre, eu vou apurar e punir exemplarmente. Essa crise não é nossa, é do DEM e do PSDB, é de Goiás, não é do Distrito Federal. A polícia federal fez investigação rigorosa de quase dois anos, há cento e poucos nomes de suspeitos de ligação com a empresa, e nenhum nome do Distrito Federal. Há outros interesses políticos, querem colocar o PT nessa roda. Mas estou absolutamente tranquilo, defendi a CPI.

R7 - O senhor vai prestar esclarecimentos na CPI, se convidado?

Agnelo - Vou. Presto qualquer esclarecimento, quem não deve não teme. Não há nenhuma relação desse grupo com o governo do Distrito Federal. Todos os diálogos provam o que eu estou falando porque mostram a dificuldade da empresa conosco. O único contrato com essa empresa na parte de lixo foi feito por decisão judicial em outro governo. No governo passado e eu em janeiro pedi uma auditoria nesse contrato. Essa não é atitude de quem tem conluio com uma empresa. Pelo contrário, fomos muito rigorosos. E se você comparar o preço da tonelada do lixo dessa empresa que pratica com o Distrito Federal ela é metade da média nacional. E se comparar com uma cidade como Curitiba, por exemplo, aqui é três vezes menos.

R7 - O contrato com a Delta no DF vai ser interrompido?

Agnelo - Tudo que foi apontado foi exigido da empresa nesse período. O que tem agora de novo é uma decisão recente da Justiça que um documento que essa empresa usou na licitação não é verdadeiro. O GDF tomará as medidas cabíveis com direito de defesa. Será tomada medida no rigor da lei.

R7 - A Delta tem apenas o contrato de lixo no DF?

Agnelo - A Delta tem um único contrato de limpeza, não há contrato de construção. A empresa ganhou uma licitação em 2007, ganhou, houve questionamento na Justiça e assumiu o DF em 2010 por ordem judicial. Eu desafiei a quem fez ilações que apresente qualquer atitude que mostre favorecimento a essa empresa.

R7- Uma das gravações mostra uma conversa de representantes do Cachoeira com membros do governo, o senhor falou com eles do que foi tratado nesse encontro?

Agnelo - Esse contato mostra um grau de dificuldade da entrada dessa empresa com o governo do GDF. Me falaram que eles pediram coisas relacionadas à empresa, ela julga que tem direitos a receber com o DF, porque acha o valor baixo. Questões normais de empresa. Não houve favorecimento a essa empresa. Esse grupo não conseguiu indicar ninguém para o governo do DF.

R7 - O senhor se surpreendeu com o nome do seu chefe de gabinete aparecer nas gravações?

Agnelo - Me surpreendi, porque a discussão era um diálogo, supostamente se referindo que ele estava ajudando na indicação do presidente do SLU (Serviço de Limpeza Urbana). Isso não é verdade, porque quem indicou o presidente fui eu. Ninguém me pediu para indicar ele. Esse grupo [Delta] queria indicar uma outra pessoa. E não conseguiu. O Claudio [ex-chefe de gabinete de Agnelo] compreendendo que se trata de um ataque político, ele saiu para se defender e vai voltar ao governo.

R7- Mas se o senhor o chamou para se explicar e ele se explicou, porque ele saiu?

Agnelo - Ele entendeu que o ataque não é a ele e vai se defender.

R7- No Congresso, colegas seus, do mesmo partido, sugeriram em off que o senhor deveria renunciar, como o senhor se sente quando lê esse tipo de notícia?

Agnelo -Tenho certeza que colega meu jamais falará um negócio dela. Tenho certeza absoluta, meu partido tem prestado solidariedade total, até com comunicado na internet me defendendo.

R7- A própria Dilma?

Agnelo -Não foi discutido isso, porque qual é a acusação? Isso faz parte da luta política, dos adversários, e eu tenho muitos, porque para enfrentar o que eu estou enfrentando, que querem me desestabilizar, mas não conseguem achar nada.

R7- O senhor já sofreu vários ataques durante o seu governo. Como o senhor lida com isso pessoalmente? A renúncia já passou pela cabeça do senhor, por exemplo?

Agnelo - Em absoluto. Renúncia de quem tem a vida limpa? Em nenhuma hipótese.

R7- O senhor lida bem com essa pressão?

Agnelo - Não é lidar bem, eu compreendo. Eu instalei uma secretaria de transparência e desafio quem tenha uma como essa no Brasil. Eu fiz 14.000 auditorias e decretei várias empresas inidôneas. Estou buscando de volta R$ 750 milhões que foram roubados dos cofres públicos do Distrito Federal. Tenho adversários que querem me desestabilizar desde o primeiro dia que eu entrei. Não espero condescendência desse grupo. Eu sinto muito mais quando vejo alum aliado suspeitar da gente, usar de forma oportunista ataques que estamos recebendo. Espero justamente isso dos adversários. Só não ataques pessoais à minha família, o que eu não esperava nem do meu pior inimigo. Mas que eu esperava uma reação desse segmento e do crime organizado aqui sim. Não tem nenhum preso na Caixa de Pandora. Porque esse tempo todo para sair resultado da Caixa de Pandora e eles estão todos soltos, fazendo grampos.

R7- Quem é este grupo, é o ex-governador Roriz, Arruda, que grupo é esse?

Agnelo -Tem um grupo conhecido, não foi citar nominalmente, mas tem um grupo que faz a parte suja e a cidade toda conhece.













http://noticias.r7.com/distrito-fede...-20120421.html
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