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Old Posted Mar 11, 2012, 1:02 PM
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Originally Posted by GMF View Post
Alguém sabe se esse novo estádio produzirá, por meio dos painéis solares, toda a energia necessária à sua manutenção?

Com essa crise energética...
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Brasília pretende construir a melhor arena e estádio da América Latina, ecologicamente correto. O estádio com capacidade projetada para 71.412 mil pessoas pleiteia a certificação Leed Platinum, selo máximo da construção ecologicamente correta fornecido com parcimônia pelo instituto americano U.S. Green Building Council (GBC).

Para obtê-lo, a obra tem de atingir no mínimo 80 pontos de um total de 100. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do empreendimento e a baixa produção de resíduos, entre outros itens.

Seguir com rigor os padrões tem seu preço: a construção fica até 5% mais cara.

Em compensação os custos com manutenção e operação caem drasticamente, A economia de operação do novo Estádio Nacional poderá chegar aos sete milhões de reais por ano.

A ecoarena foi orçada em 671,2 milhões de reais. A construção está a cargo do consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Quando estiver totalmente pronto – segundo previsões, isso deve acontecer em dezembro de 2012 – o estádio deverá passar por uma rígida auditoria do GBC, que vai avaliar se ele está realmente apto a levar o certificado Platinum.

Design integrado à cidade

Brasília tem uma arquitetura marcante, tombada pelo patrimônio histórico. Uma das características que mais saltam aos olhos são as colunas sempre posicionadas à frente dos palácios, como no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e no Itamarati. Respeitando esse desenho, foi bolado um estádio com colunas que garantem 30% de shade (sombra), como se fosse um chapéu.

Longe de mero efeito figurativo, a fachada foi pensada a partir de uma análise bioclimática da construção. Durante um ano inteiro, 26% do tempo, um ser humano se sente bem dentro de uma edificação comum de Brasília, sem precisar recorrer ao ar condicionado ou aquecedores. Noutros 30% de tempo, é preciso proteção nas janelas (shade), para garantir zona e conforto, sem gastar com aparelhos.

Uma Copa para fazer a pé ou de bike

Com o aeroporto a 15 minutos do estádio, o projeto prevê um sistema de transporte interligado e eficiente. O plano é ter um BRT com ônibus ecológicos, de combustível híbrido e um programa público de aluguel de bicicletas, com a criação de 600km de ciclovias.

Vai ser possível fazer a pé o caminho entre o estádio e o hotel, já que a rede hoteleira se concentrará num raio máximo de 3km do centro esportivo. No meio do caminho, há museus, teatros, hospitais e uma rodoviária. A acessibilidade é outra questão importante para um estádio verde. Além de elevadores, rampas facilitarão o acesso de pessoas com deficiência ou cadeirantes a vários níveis da arena.

Iluminação eficiente e renovável

O estádio de Brasília terá uma megaestrutura de painéis solares capaz de gerar 2,54 MW, o equivalente à demanda energética de 1,4 mil residências por dia. Na maior parte do tempo, ele será auto-suficiente em energia, e o excedente será repassado para rede ou vendido.

Em dias de jogos, quando houver pico, o estádio terá capacidade de prover 50% da energia, a outra metade virá da concessionária que recebeu anteriormente o excedente. Todo o sistema de iluminação da arena será em LED. E com uma disposição eficiente das luzes no campo é possível reduzir em até 18% o consumo de energia.


O projeto conta com aproximadamente 230 mil metros quadrados de áreas verdes. A vegetação será de espécimes nativas do cerrado de Brasília para reduzir a necessidade do consumo excessivo de água na irrigação e manutenção. O paisagismo terá piso drenante e refletivo, que não absorve calor.

Uso inteligente de água

O projeto prevê um sistema de captação de água da chuva, que será filtrada para abastecer toda a demanda do estádio. Nos banheiros masculinos, serão usados mictórios que dispensam água. Utilizado em larga escala nos EUA, o sistema usa um óleo vegetal: no acionar da descarga, o óleo sobe e a urina desce por gravidade para a rede de coleta de esgoto. Essa tecnologia tem apelo financeiro porque, além da economia de água, dispensa instalações necessárias para um banheiro com descarga tradicional.

Cobertura que neutraliza poluentes

Esta é talvez uma das soluções mais high-tech do estádio. A cobertura será feita de uma membrana branca que reflete o calor e tem dióxido de titânio em sua composição. Este elemento, em contato com a umidade do ar e as gotas da chuva, se comporta como se fosse um teflon (revestimento de panela) - nele sujeira não gruda nem se acumula.

Mais, a reação química entre os raios solares, as moléculas de água e poluentes da atmosfera, na presença do dióxido de titânio da cobertura, neutraliza o dióxido de enxofre liberado por usinas e pelo tráfego de carros. É como se essa membrana fizesse uma espécie de fotossíntese.

Entulhos das obras geram renda

A demolição do antigo Mané Garrincha, gerou quase 750 toneladas de entulho. Nas obras da futura arena são reaproveitados parte desses resíduos, enquanto outra parte é destinada à reciclagem e distribuída a cooperativas do Distrito Federal. Já foram doadas cerca de 650 toneladas de metal, mais de oitenta toneladas de madeira, cinco de papel e papelão e mais uma tonelada e meia de plástico, além de quatro mil metros cúbicos de concreto. Nem o gramado do antigo Mané Garrincha ficou de fora: ele será aproveitado nos canteiros da capital federal. Cadeiras e redes foram destinadas a outros estádios da capital, como o Serejão e o Bezerrão.

As instituições que receberam as doações trabalham com pessoas de baixa renda. A doação de metal para a Central de Cooperativa de Materiais Recicláveis, por exemplo, levantou recursos para 23 cooperativas associadas. Cerca de quatro mil pessoas fazem parte deste grupo. São famílias de várias regiões do Distrito Federal e do Entorno. "Com os lucros dos trabalhos como cooperado, vou conseguir me formar ano que vem em Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, diz Júlio Rodrigues, 24 anos. “Mais de 30 caçambas cheias saíram das cooperativas com metal que. Se não houvesse essa parceria, poderia ter virado lixo”, conta.













http://wbrasilia.com/Copa2014/index.htm
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