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Old Posted Oct 23, 2011, 1:11 PM
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Serviço e construção civil abrangem 90% dos empregos formais em 2011 no DF



O mercado de trabalho em Brasília vai muito além do serviço público. Este ano, nove em cada 10 vagas formais criadas na capital não envolvem ministérios, tribunais ou casas legislativas. Serviços, com destaque para os mercados imobiliário e gastronômico, e construção civil responderam por quase 90% das oportunidades abertas entre janeiro e setembro — no país, o percentual é bem menor, de 54,5%. É o maior percentual de emprego nesses dois segmentos em toda a história do Distrito Federal. Para se ter uma ideia, no Brasil, para chegar a esse volume de vagas, é preciso incluir outros três setores: indústria, comércio e agropecuária. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Mesmo com uma taxa de desemprego acima da média nacional — a terceira maior no último ranking do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) —, a capital federal sustenta a fama de ser um paraíso para quem procura trabalho. O custo de vida castiga cada vez mais os brasilienses, mas, em contrapartida, a chance de ser mais bem remunerado exercendo a mesma função é maior do que em outras capitais. O rendimento médio real dos ocupados no DF medido no último levantamento do Dieese — R$ 2.019 — supera em R$ 659 o observado no restante do país. Significa dizer que, na média, quem opta por Brasília ganha 48,5% a mais.

A suspensão de concursos por conta do aperto fiscal e a dispensa de comissionados no início do ano tiraram o peso do funcionalismo, que costuma chamar a atenção pelos altos salários ofertados. O segmento de serviços, como em todo o país, continua no topo do ranking dos que mais contratam. Mas no DF esse indicador é ainda mais significativo. Aqui, gerou 54,1% das novas vagas, contra uma média nacional de 40,4%. Nos últimos 10 anos, o setor só não ocupou a primeira posição em 2007 e 2009, quando perdeu a liderança para o comércio e para a construção civil, respectivamente.

Até setembro deste ano, o segmento de serviços, que inclui bares, restaurantes e hotéis, abriu 5.438 vagas. Rejane Almeida, 31 anos, conseguiu uma em um self-service da Asa Norte este mês. Vai ganhar cerca de R$ 700. “De caixa a ajudante de cozinha, sei de tudo um pouco”, diz a moradora de Santa Maria, que já trabalhou de secretária, babá e vendedora. Desde os 17 anos, ela garante o próprio sustento. Só ficou desempregada, por opção, na gravidez do segundo filho. “Brasília pode não ser o que a pessoa sempre sonhou, mas emprego tem”, diz.

Várias colegas de Rejane deixaram a terra natal para trabalhar na capital da República. Muitas, conta ela, se deram mal, mas a maioria mantém a ilusão de que aqui o emprego é mais fácil. Para o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Ramos, o que atrai as pessoas são os salários. “Não há dinamismo no mercado, a taxa de desemprego é muito alta, mas a possibilidade de ganhar mais fala mais alto”, afirma. “As pessoas querem ter um bom salário, independentemente do custo de vida elevado”, acrescenta a economista do Dieese Adalgiza Amaral.

Coadjuvantes
A euforia em torno das oportunidades em Brasília preocupa o especialista em mercado de trabalho e também professor da UnB Jorge Pinho. Os serviços, opina ele, não conseguirão suprir todas as demandas por empregos qualificados. “É questão de um mínimo de racionalidade”, avalia. A industrialização do Entorno seria uma saída para ampliar o leque de oportunidades. “O DF não tem uma política de desenvolvimento industrial. Se tivesse, ficaria muito mais fácil potencializar os empregos no setor”, completa o economista-chefe da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Diones Cerqueira.

Os números do Caged indicam declínio do emprego formal no comércio em 2011, ao contrário do observado nos últimos anos. A participação do setor na abertura de vagas caiu pela metade. O presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do DF (Fecomércio-DF), Miguel Setembrino, credita a queda a dois fatores: “demissões preventivas” movidas pela crise financeira mundial e migração de funcionários para o empreendedorismo individual. “Mas as vendas continuam em alta”, pondera, antes de citar os empregos temporários de fim de ano.

Áreas
O Ministério do Trabalho, responsável pelo Caged, considera serviços atividades desenvolvidas em instituições financeiras, relacionadas a transportes, comunicações, alimentação e hotelaria, além de serviços médicos e odontológicos e na área de ensino.

3º maior
A taxa medida pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) de agosto ficou em 12,3%, contra 10,9% da média nacional. O percentual em Brasília só não ficou atrás do registrado pelo Dieese em Salvador (15,6%) e Recife (13,8%).

10 mil oportunidades
Este ano, as oportunidades podem chegar a 10 mil. Pesquisa da Fecomércio aponta que 54% dos lojistas pretendem ampliar o quadro de funcionários. Desse percentual, 62% devem efetivar a mão de obra extra. Em 2010, 28,8% dos empresários consultados declararam intenção em contratar.













http://www.correiobraziliense.com.br...11-no-df.shtml
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