Aquisição da Schincariol pela Kirin é aprovada pelo TJ
O Tribunal de Justiça negou pedido de parte dos acionistas e permitiu a venda da cervejaria para os japoneses
A japonesa Kirin agora pode colocar as mãos na Schincariol. A compra da cervejaria brasileira foi aprovada hoje pela Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os juízes entenderam que a venda ocorreu de maneira correta e respeitando os acionistas.
Anunciada no início de agosto, a venda de 50,45% da segunda maior cervejaria brasileira para a Kirin, foi fechada por um valor de R$ 3,95 bilhões, à vista, quantia bem acima de outra proposta feita pela SABMiller, de R$ 2 bilhões. Mas uma liminar concedida pela 1ª Vara Cível de Itu, no interior de São Paulo, determinou a suspensão do negócio.
Schincariol: decisão de hoje coloca cervejaria nas mãos dos japoneses
A liminar foi pedida pela Jadangil, empresa formada pelos irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Júnior, donos de 49,55% das ações da empresa e primos dos irmãos Adriano e Alexandre Schincariol, sócios majoritários que fecharam a venda com os japoneses. Os sócios contrários pediram a suspensão do negócios alegando que não tinham sido consultados sobre a negociação. E, como acionistas, teriam preferência na compra do controle da companhia.
Analisando os documentos, os juízes entenderam que os sócios vinham sendo informados da intenção de vender a empresa desde dezembro de 2010 e, por isso, aprovaram o negócio.
A decisão ainda cabe recurso, mas de acordo com fontes ouvidas por Época NEGÓCIOS, pelas características do processo e pelo placar da decisão (3 votos a zero), as chances de haver uma revisão são praticamente nulas.
Schincariol: minoritários vão recorrer de decisão do TJ
Os advogados da Jadangil, que reúne os acionistas minoritários da Schincariol, divulgaram comunicado no qual afirmam que já trabalham em um recurso contra a decisão da Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo.
"Diante do surpreendente julgamento, a defesa dos minoritários informa que já elabora recurso contra a decisão". "A Câmara Reservada de Direito Empresarial admitiu que a venda das ações da Schincariol violou o direito de preferência dos acionistas minoritários mas, ao mesmo tempo, decidiu que, como a compradora já fez o depósito relativo à compra, por 'razoabilidade', o negócio irregular deve ser tocado em frente 'para não prejudicar a empresa', acrescentam os advogados.
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