Thread: Boteco
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Old Posted Feb 19, 2012, 2:31 PM
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Após fim de proibição, Cuba vive 'febre imobiliária'
Com permissão de compra e venda de imóveis e incentivos à construção, cubanos injetam dinheiro no setor

Restaurar a casa descuidada de Carmen Martinez em Havana não é tarefa simples. O teto da sala desabou faz 15 anos e a varanda um pouco depois, deixando duas colunas cambaleantes para trás, sem nada para segurá-las. O banheiro possui uma latrina em péssimas condições e a cozinha tem uma pia sem torneiras e dois tambores de óleo cheios d’água.


Foto: NYT
Carmen Martinez posa em frente à casa que pretende reformar em Havana (31/01)

Mas um teto - mesmo aqueles em péssimas condições - é considerado um luxo na cidade, que está sendo atingida por uma febre imobiliária. Então Yoel Bacallao, um empresário de 35 anos de idade, se ofereceu para arrumar o apartamento de Martinez gratuitamente com uma condição: que ela o deixasse construir seu próprio apartamento acima do dela.

"Foi como uma luz no final do túnel para mim", disse Martinez, 41, que pendurava roupa na sala de estar sem o teto e que tinha que tirar água de toda a casa durante tempestades com baldes para impedir que fosse inundada. "Tenho presenciado esta casa desmoronar ao meu redor há alguns anos."

Em toda o capital e em muitas cidades do interior os cubanos estão começando a investir dinheiro no mercado imobiliário do país, estimulados por medidas governamentais que incentivam a construção e uma nova lei que permite que negociem propriedades pela primeira vez em 50 anos.

As medidas são consideradas uma das principais táticas do presidente Raúl Castro para levar fluxo de capital para a ilha, estimular a iniciativa privada e aliviar um Estado economicamente debilitado.

Durante décadas o governo proibiu as vendas de imóveis e manteve o ramo da construção civil sobre regulamentos muito rígidos.

Materiais de construção eram praticamente inexistentes e os inspetores muito intrometidos. Vendedores negociavam blocos de concreto no mercado negro e a compra um saco de areia parecia um processo semelhante à compra de drogas.

Mas, nos últimos dois meses, o Estado reduziu a quantidade de burocracia, estocou materiais nas lojas de construção, tornou legítimas as empresas de construção privadas e começou a oferecer aos proprietários subsídios e créditos.

Martinez disse que teve sorte de ter conseguido salvar sua casa antes que ela e sua família tivessem que abandoná-la. Uma vez que o telhado estiver consertado, ela disse que gostaria de ter água corrente em sua cozinha, reformar o banheiro e terminar de construir um quarto para seu filho adolescente.

"Preciso de torneiras, portas, janelas, telhas, tudo neste apartamento precisa ser arrumado", ela disse, olhando para as paredes manchadas e para as persianas podres da janela de seu quarto. "Pouco a pouco chegaremos lá.”

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Last edited by Fullgencio; Feb 19, 2012 at 3:02 PM.
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