Pessoas negras são maioria no Distrito Federal
Dados da Secretaria da Igualdade Social apontam 57% de negros no DF
As pessoas negras são maioria no Distrito Federal. De acordo com os dados da Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, dos 2,2 milhões de habitantes de Brasília, 1,3 milhão são negros. Segundo os números da Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílios, os negros representam 57% da população do DF. A Região Administrativa que possui o maior índice é a Estrutural, com 76% dos habitantes negros .
Cuidadora de idosos, Josivânia diz que a capital oferece mais oportunidade e salário melhor
Além disso, o estudo mostra que a população negra também é a maioria em outras 17 Regiões Administrativas. A segunda RA com o maior número de negros é o Paranoá, com um índice de 72,8% dos habitantes, seguido de Varjão, Itapoã e São Sebastião, com 72%, 71,4% e 71,1% da população negra respectivamente.
De acordo com o secretário adjunto de Promoção da Igualdade Racial, Ernandes Macário, os dados comprovam de que houve um recorte na população negra e parda no DF. Segundo ele, o tema racial nunca foi trabalhado no Distrito Federal e a partir do momento que o GDF criou a secretaria para estes assuntos, a população que há anos é a maioria no Brasil acabou sendo resgatada. “Nenhum governo jamais trabalhou esses aspectos. Havia uma coordenação, mas os assuntos ficavam muito engessados. O negro não estava sendo observado porque eles não eram vistos. Agora a secretaria quer dar uma visibilidade para a população negra, não só no DF, mas em todo o país”, comentou.
Macário disse, ainda, as pessoas precisam observar que o Brasil é negro. “Assinamos um termo de compromisso para incluir a temática em diversas secretarias e em todo o GDF. Agora a ideia é montar um grupo que possa trabalhar os aspectos de saúde, educação, desenvolvimento econômico e cultural nos quais o governo possa incluir uma política pública para a população negra”, apontou.
Segundo Alan Gaspar, 22 anos, em Brasília há pouca discriminação entre os negros e brancos. De acordo com o militar, no DF existe uma relação sadia entre as diferentes raças, além da capital oferecer oportunidades de emprego, o que contribui para o aumento da população negra. “Aqui todas as pessoas se sentem iguais. Em algumas cidades o preconceito é maior”, contou.
Já para a cuidadora de idosos Josivânia Santos, 21 anos, os negros atualmente já ocupam cargos elevados e salário equiparado. “Brasília oferece bastante oportunidade e as pessoas acabam vindo para cá a procura de um trabalho e salário melhor. Acredito que este número só tende a aumentar”, destacou.
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