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Old Posted Oct 31, 2011, 4:11 PM
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Câmbio reduz dívida líquida em R$ 80 bilhões em setembro



BRASÍLIA - A desvalorização do real frente ao dólar americano produziu impacto redutor de R$ 80,922 bilhões no saldo da dívida líquida do setor público em setembro. Foi basicamente por esse fator que a dívida caiu R$ 68,142 bilhões em termos nominais, encerrando o mês em R$ 1,481 trilhão, segundo dados do Banco Central.

O setor público brasileiro tem mais ativos do que passivos em moeda estrangeira, por causa do expressivo volume de reservas cambiais do BC, incluído nas estatísticas fiscais do governo central. Para efeito de cálculo da dívida líquida, o valor dessas reservas, que entra abatendo o endividamento, é convertido em reais. Por isso, quando o dólar sobe, o efeito é redutor, na medida em que aumenta o saldo em reais das reservas. Em setembro, esse impacto compensou com sobra o efeito de fatores de elevação da dívida, como, por exemplo, a conta de juros.

Com o recuo do preço do dólar, porém, o impacto cambial se reverteu em outubro, pelo menos parcialmente, informou há pouco o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

A dívida voltou a subir não só em termos nominais. Em relação ao Produto Interno Bruto, Tulio estima que o endividamento líquido da União, dos Estados, dos municípios e das empresas estatais (menos Petrobras, Eletrobras e bancos) tenha fechado outubro em 38,2%. O número é preliminar mas já mostra, portanto, elevação comparativamente ao fim de setembro, quando o saldo era de 37,2% do PIB, o patamar mais baixo de 1991.

Túlio lembrou que, no passado, quando o governo brasileiro tinha mais passivos do que ativos em moeda estrangeira, turbulências no cenário internacional se refletiam em aumento da dívida pública líquida. Nesse sentido, a estratégia de acumulação de reservas foi fundamental para redução de vulnerabilidade externa, disse ainda o chefe do Depec, defendendo essa política.

As intervenções de compra do BC no mercado interbancário de câmbio, que resultam em aumento de reservas cambiais, foram temporariamente suspensas em setembro, por causa da subida do dólar, para não adicionar volatilidade à taxa de câmbio. Mas o presidente da instituição, Alexandre Tombini, já sinalizou em discursos recentes que elas serão retomadas quando as condições de mercado permitirem.

O BC calcula que no fim de dezembro a dívida líquida estará em 38,5% do PIB, abaixo dos 40,2% verificados no fim de 2010.

O processo de redução da taxa básica de juros, retomado em fim de agosto, ajudará a conter a dívida. Cada um ponto percentual de redução na Taxa Selic gera queda de 0,29 ponto percentual na relação dívida PIB, na hipótese de manutenção da taxa por doze meses, segundo Maciel. Em valores nominais, o impacto de cada ponto de queda da taxa de juros é de R$ 11 bilhões, também em 12 meses.

Já a sensibilidade da dívida relação à taxa de câmbio é de 0,15 ponto percentual de PIB no sentido contrário. Ou seja, cada elevação de um ponto no câmbio reduz a dívida líquida como proporção do produto em 0,15 ponto percentual.












http://www.valor.com.br/brasil/10767...es-em-setembro
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