Padaria aumenta faturamento com drive thru
O produto é tradicional, mas o método de compra está se transformando. Empresa também planeja implantar serviço walk through
Com sete bilhões de pessoas no mundo, pegar fila em qualquer estabelecimento é um cenário recorrente no cotidiano pós-moderno. A espera pode ser grande até mesmo para comprar um pãozinho. Ou não, a partir de agora.
Ao final de 2010, o executivo Tom Ricetti passou por uma situação bem comum: precisou passar em uma padaria, mas não tinha o tempo necessário para esperar o contingente de pessoas à sua frente serem atendidas. Recorreu a um supermercado e encontrou a mesma situação. Inconformado, pensou em como algo tão simples poderia demorar tanto. Assim surgiu a ideia de criar uma panificadora drive thru. “As duas coisas já existiam, só precisei juntá-las”, pontua.
O planejamento para o negócio foi feito junto a consultoria Global Franchise, que acreditou na proposta mesmo sem uma base de mercado. Assim, a primeira rede de padarias drive thru do Brasil iniciou suas atividades em 2012, com a inauguração da unidade de São Carlos, interior de São Paulo. Ricetti ressalta que a aposta dos fornecedores também foi fundamental. Para o fundador, as empresas se veem abandonadas pelas padarias, “hoje, é tudo misturado, restaurante, pães, outros serviços. A Pão to Go é focada apenas em panificação, fora isso, vendemos apenas gelo e carvão”, explica. Grandes marcas, como Coca-Cola, Unilever, Kibon e Sadia figuram entre os parceiros da rede.
A adesão dos consumidores é positiva. Em média, a unidade precursora recebe 190 visitas por dia, com venda diária de 1600 pães. “Nós vendemos uma cultura nova”, acredita Ricetti. Na visão do executivo, a proposta fundamental é que os clientes troquem o clássico pela comodidade.
Mais do que agilidade, a rede traz também baixo custo dos produtos. O aluguel é inferior ao de um negócio convencional por necessitar de um espaço muito menor. A otimização impera no uso dos ingredientes para não gerar restos. “Nosso lixo é composto por embalagens plásticas e papelão, mais nada”, observa o diretor.
Para Tom Ricetti, a tendência é seguirmos os Estados Unidos. “As pessoas têm cada vez mais pressa, todo dia há mais carros na rua, é sempre difícil estacionar. Lá nos EUA, tudo imaginável tem drive thru, são mais de 211 mil disponíveis. No Brasil, não chega a 1700”.
Como modelo de negócio, a rede também alcançou sucesso. Em menos de um ano, oito unidades estão em funcionamento e 112 já foram comercializadas, superando as expectativas de negociar pelo menos 60 lojas, em 2013. Além do Brasil, a marca está com três filiais nos Estados Unidos e um máster franqueado na Argentina. Fora isso, tem planos de expansão voltados para Chile e Uruguai.
Para 2014, o faturamento estimado é de R$ 40 milhões. As expectativas de crescimento são baseadas nas novas apostas da marca. Está prevista a instalação de quiosques em locais com grande fluxo de pessoas, como estações de metrô e terminais de ônibus, batizados de Walk thrus; Lojas Express serão montadas, oferecendo lanches, salgados e bebidas para consumo local, mas com a permanência da essência de baixo custo da rede; além disso, um serviço a domicílio será iniciado, oferecido para consumidores e empresas.
A primeira unidade Walk tem previsão de lançamento para junho e será em frente à estação Ana Rosa do metrô paulista, a próxima está em negociação e deve ser em
Brasília (DF). Os drives também continuam em expansão. Na semana que vem, a filial de Bauru será aberta. O idealizador Tom Ricetti demonstra otimismo e finaliza: “a Pão to Go é inovadora, não há parecido no Brasil”.