Brasília entra para o cenário internacional de investimentos
Governador Agnelo Queiroz fala com exclusividade ao Jornal da Comunidade e diz que depender apenas do serviço público é coisa do passado. ''Precisamos de investimentos internacionais e inserir Brasília no cenário internacional''
Em missão oficial desde o último dia 13 a seis países, para visitas técnicas, assinatura de acordos e conhecer os melhores modelos de mobilidade e planejamento urbano, o governador Agnelo Queiroz deu uma entrevista, por telefone, ao Jornal da Comunidade. Junto com uma delegação de secretários, parlamentares e empresários, Agnelo visita os Emirados Árabes Unidos, Cingapura, China, Alemanha, Itália e Reino Unido para promover Brasília como atrativo para investimentos internacionais. Para o governador, a capital de uma das maiores economias do mundo não pode olhar apenas para o seu umbigo e precisa estar integrada com um projeto internacional. “Não vamos resolver o problema do DF apenas com o serviço público, isso é coisa do passado. Vamos investir em empresas de tecnologia e na área de serviços. Vamos nos inserir no mundo”, destaca Agnelo. A missão oficial ainda irá a países europeus. Em Munique (Alemanha), está prevista uma visita a empresas de tecnologia. Em Milão (Itália), Agnelo vai a uma fábrica de componentes contratada para fazer a cobertura do Estádio Nacional Mané Garrincha. O retorno a Brasília será no próximo dia 26.
Que balanço o senhor faz dessa missão oficial?
O importante é que estamos vivendo uma experiência que tem como grande objetivo atrair investimentos ao Distrito Federal. Existe uma crise profunda na Europa e nos Estados Unidos, e o Brasil está bem posicionado no mundo, com credibilidade e muito bem destacado. A receptividade está sendo altamente favorável.
Brasília está seguindo o caminho para a globalização?
A capital da sexta economia do mundo, será daqui uns meses a quinta economia, tem que estar globalizada, sintonizada. As realizações internacionais têm um peso fundamental para a economia e a nossa cidade por ser jovem, nunca se integrou, infelizmente, em captar recursos e firmar relações comerciais mais fortes.
Os investidores lá fora conhecem Brasília?
Em termos financeiros, todos só conhecem São Paulo e Rio de Janeiro. Brasília precisa conquistar o seu espaço. O mundo não sabe do potencial da nossa cidade, da qualidade de vida e dos indicadores positivos, vamos trazer empresas a Brasília e mostrar a elas que temos um grande mercado consumidor do país. Investir em Brasília é uma plataforma para se investir no Brasil. É isso que estamos mostrando. Essas virtudes, os projetos que estão em curso e o que queremos fazer.
Como foi a visita em Dubai?
Em Dubai visitamos projetos de empresas, sobretudo de tecnologia, e de governo. Nessas visitas apresentamos Brasília ao empresariado. Como eles podem fazer investimentos sem saber que Brasília existe? É preciso mostrar quem somos e nosso potencial. A cidade como centro tecnológico e digital. Esse é o papel que foi feito em Dubai, com muito êxito até agora.
O que chamou mais atenção nessa visita a Dubai?
O que mais impressionou foi o empreendedorismo que vemos em Dubai. Como a cidade enfrentou os desafios que se impuseram contra ela. Os Emirados Árabes são um país muito jovem, de apenas 41 anos, e Dubai deu um grande salto de desenvolvimento nos últimos oito anos, mostrando que é possível encarar os desafios e ter sucesso.
E em Singapura?
Singapura é um pequeno país do tamanho do Distrito Federal. As empresas de lá e o próprio governo têm interesse em cooperar conosco, até pela semelhança com Brasília, por ser também uma cidade-
Estado. Tem um poder único, sem municípios. Singapura passou por grandes transformações nas últimas décadas. A renda per capita passou de 576 dólares em 1960 para 55 mil dólares hoje. O país é o lar do maior número de famílias milionárias em dólares per capita do planeta.
O Banco Mundial considera a cidade como o melhor lugar no mundo para se fazer negócios. Eles ficaram muito entusiasmados com o potencial de Brasília e a política que adotamos de retomar o planejamento da cidade, que nos últimos anos foi deturpado.
Que planejamento?
Nós estamos fazendo investimentos descentralizados, gerando emprego onde as pessoas moram, e atraindo polos de desenvolvimento. E isso atraiu a atenção em Singapura. Lá eles usam recursos de fundos soberanos e têm vontade de investir. Mostramos que temos projetos, tanto na área de tecnologia, como a Cidade Digital, e outros que estão no nosso programa de governo. Vamos aplicar isso de uma forma planejada, mantendo a qualidade de vida, gerando emprego e renda e com absoluta transparência. Isso agrega demais.
Alguma parceria ficou acertada nessas visitas?
Eu tenho certeza que teremos nos próximos meses alguma coisa concreta com relação a isso. Vamos discutir parcerias. O governo de Cingapura é especialista em planejamento. Estamos muito animados. Esse caminho que estamos fazendo é o caminho certo. É o caminho que está dando certo em países de grande desenvolvimento, mesmo com crise na Europa e nos Estados Unidos. Vamos atrair e mostrar o quanto é vantajoso investir na capital do país.
O senhor pode dar um exemplo desse planejamento?
No primeiro dia da visita em Xangai (China) conhecemos o Parque Industrial e Tecnológico de Suzhou. Com apenas 18 anos de implantação, ele transformou uma área rural em uma próspera região, no mesmo estilo de parceria com fundos de investimento e planejamento. É o modelo de planejamento que quero implantar em Brasília.
Como essas parcerias podem transformar Brasília?
A capital de um país não pode olhar apenas para o seu umbigo, fazer a pequena política mesquinha do atraso, do populismo. Brasília é a capital de uma grande país, de uma grande economia, que precisa estar integrado com o grande projeto internacional. Captar recursos. O Polo Industrial de Xangai é o maior exemplo de desenvolvimento econômico e tem as principais empresas do mundo. São 85 empresas e milhares de emprego, mais renda e tecnologia. Só a fábrica da Sansung gera 5,5 mil empregos. Não vamos resolver o problema do Distrito Federal apenas com o serviço público, isso é coisa do passado. Vamos investir em tecnologia e serviços. Vamos nos inserir no mundo, nos relacionar e trazer investimentos. E isso é uma bola de neve, depois outros virão.
http://comunidade.maiscomunidade.com...IMENTOS.pnhtml