Taguatinga possui a maior avenida de comércios em linha reta da América Latina
Atualmente, a cidade possui cerca de 12 mil empresas, que geram cerca de 80 mil postos de trabalho
Não é à toa que Taguatinga é conhecida como a capital econômica do DF. Atualmente, a cidade possui cerca de 12 mil empresas, que geram cerca de 80 mil postos de trabalho. Boa parte delas fica na Avenida Comercial, considerada a maior via de comércios em linha reta da América Latina. Centros de compras, como Taguacenter e Feira dos Goianos, também são alguns dos responsáveis pelo título.
Reduto de algumas das lojas mais tradicionais da região, o centro de Taguatinga atrai clientes fiéis, que buscam produtos específicos. O armarinho Bazar do Papai, por exemplo, está na C10 há 48 anos. A loja permanece original, do piso às prateleiras de madeira.
“Tivemos fases difíceis, como durante as obras do metrô, quando a nossa fachada ficou encoberta e diminuiu o movimento, mas passou”, conta Amélia Maeda, 42 anos, filha do fundador da loja, o decendente de japoneses Isamu Maeda, hoje com 78 anos. “Temos clientes fixos, que frequentam a loja há mais de 40 anos. Se reformarmos, acho que eles até reclamam”, brinca. “A fase econômica não está fácil, mas vamos resistir”, diz.
Disco de ouro
Ao lado, está a Discodil, fundada em 5 de maio de 1967, também com 48 anos. O dono, o piauiense Laurindo Modesto, 70, chegou a ter oito lojas no DF e ganhou um disco de ouro por ser um dos maiores vendedores de vinil do Brasil nos anos 1980. Hoje, há apenas duas lojas, a de Taguatinga e a do Conjunto Nacional, que resistem ao tempo e às mudanças no mercado.
“Tenho gratidão por Taguatinga. Passei por várias cidades, mas aqui foi o único lugar em que consegui alguma coisa”, comenta ele. “Sabemos que não dá para competir com a internet e os vendedores ambulantes em relação aos lançamentos. Nosso público é outro, é o que busca produtos de catálogo”, explica.
A Avenida Comercial tem lojas nos lados Sul e Norte, onde se encontram opções nos segmentos de móveis, colchões, calçados e confecção. Atentos ao grande fluxo de pessoas, agências bancárias, bares, restaurantes, supermercados e clinicas médicas se instalaram no local ao longo dos anos.
O estudante Cláudio Gabriel, 22 anos, ajuda a cuidar da loja de noivas da família, Noiva Moderna, na CNA 1 da Comercial Norte. Noivas, aliás, é um ramo comum na avenida. “Começou com a minha avó. Ela desenhava os vestidos e cuidava da parte administrativa. Temos duas lojas e 12 funcionários”, diz.
Grandes polos de emprego e serviços
Criado em 1973, o edifício Taguacenter, na Avenida Hélio Prates, se transformou em um centro comercial pulsante. Ali, diversas empresas atuam no atacado e varejo, como armarinhos, confecções, calçados, instrumentos musicais e artesanato, além de profissionais liberais que oferecem serviços de imobiliária, advocacia e contabilidade, entre outros.
A poucos quilômetros dali, a Feira dos Goianos, na QI 15, Setor Industrial de Taguatinga, reúne dez mil bancas de diversos segmentos, com destaque para vestuário e acessórios. De acordo com a administração regional, esses dois centros comerciais são responsáveis por mais de dez mil empregos.
Trabalho e renda
Entre os trabalhadores residentes em Taguatinga, a maioria (43,9%) trabalha na própria cidade. A grande quantidade oportunidades, especialmente no setor de prestação de serviços – que emprega 96,44% da população local – também atrai trabalhadores de Ceilândia e Samambaia.
Segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), a maior parte dos residentes de Taguatinga que não trabalham na região está em Brasília (30,7%).
Em função do aumento de oportunidades locais, o movimento de migração pendular (a trabalho, com volta para a residência no fim do dia) vem diminuindo.
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